Dívida de R$ 2,4 milhões do Estado com cooperativas médicas ameaça atendimento no Hospital de Trauma

Uma dívida de cerca de R$ 2,4 milhões com cooperativas médicas pode afetar dramaticamente o atendimento do Hospital de Trauma de João Pessoa em breve. Os credores estão contando que vão receber até o próximo dia 25. Por sua vez, a Cruz Vermelha, gestora do hospital, informa que está providenciando o pagamento, mas não diz em qual data pagará.

 

Seriam R$ 900 mil referentes aos serviços prestados – principalmente plantões – em junho passado mais R$ 1,5 milhão de pendências de anos anteriores que a Cruz Vermelha, administrador do hospital, estaria devendo às cooperativas de cirurgiões (Coopecir), de ortopedistas e traumatologistas (Coort) e de neurologistas, neurocirurgiões e cirurgiões vasculares (Neurovasc).

Na última quarta-feira (10), durante reunião com as cooperativas, seus dirigentes teriam sido informados pela direção da Cruz Vermelha que o dinheiro somente seria pago em 2018 como ‘restos a pagar’ do orçamento da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Questionada pelo blog, a Cruz não contestou tal informação nem os valores, mas garantiu que estava providenciando o pagamento. Veja a resposta:

A Superintendência da Cruz Vermelha Brasileira informa que as reuniões acontecem rotineiramente com as cooperativas que atuam e atuaram na instituição. Quanto ao pagamento, já está sendo providenciado. Como tem ocorrido com todas as parcerias, nossos compromissos são honrados de forma plena e de acordo com os contratos firmados entre as instituições.

Segundo profissionais ligados a cooperativas, o problema decorre do fato de a Cruz Vermelha ter encerrado no dia 30 de junho último o seu primeiro contrato com o Governo do Estado para gerir o Trauma da Capital. Não sem antes a mesma Cruz ter vencido uma nova licitação aberta pela Secretaria Estadual de Saúde para mais uma vez entregar a gestão do hospital a uma ‘organização social’.

O novo contrato, valendo para o período julho de 2017 a julho de 2022, exigiria uma nova dotação orçamentária e financeira por parte do Estado para manter a Cruz no Trauma. “O que ficou até junho de 2017 e não foi pago fica como ‘restos a pagar’ que são justificados e apresentados à SES para empenho. O grande questionamento é como em um orçamento feito previamente para pagamento de despesas fixa (como o pagamento de pessoal, por exemplo) pode faltar 1,5 mi?”, indaga um dos profissionais consultados pelo blog, acrescentando:

 

Gastaram R$ 1,5 mi (no mínimo) com qual urgência ou imprevisto que faltou agora para pagar médicos em um hospital? Como aferir a eficiência administrativa de uma gestão privada em parceria com o Governo se falta um montante desses para fechar o mês?

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Da Redação com Roberto Noticia  e Rubens Nóbrega