Por pouco Cícero Lucena (PP) não foi reeleito já no 1° turno. Ele obteve 49,16% dos votos, desbancando Marcelo Queiroga (PL) que obteve 21,77%, Ruy Carneiro (Podemos) com 16,71% e Luciano Cartaxo (PT), que alcançou 11,77% do eleitorado.
A operação da Polícia Federal que prendeu Lauremília Lucena, a primeira dama da capital, e indiciou a filha de Cícero, não teve o impacto político tão desejado pelos derrotados opositores, apesar do esforço midiático durante a campanha eleitoral.
Isso se deve ao fato de que as facções criminosas atuam há décadas nas comunidades mais carentes. Essa triste realidade só causou espanto na elite mal informada. Aquela mesma que passa as férias em Miami e não sabe, e não quer saber, da dura realidade cotidiana dos seus empregados.
Cícero Lucena fez um arco de aliança amplo no 1° turno e conseguiu ampliá-la no 2°. Seus apoiadores são figuras de proa da esquerda e da direita paraibana.
No seu palanque tem desde expoentes do PT, como Frei Anastácio e Cida Ramos, passando pelo governador João Azevedo (PSB), até figuras da direita como Aguinaldo Ribeiro (PP) e Daniela Ribeiro (PSD). Sem falar dos muitos discretos bolsonaristas que estão em cargos no estado e na prefeitura.
Além disso, Cícero pode contar com um poderoso exército de militantes. Como o expediente na prefeitura da capital vai até às 14h00, milhares de servidores são "convidados" a irem para as ruas para balançar bandeiras e pedir votos para o atual prefeito.
Somados a esses cabos eleitorais, temos outros milhares de funcionários da poderosa máquina estadual, todos "entusiasmados" com a perspectiva da continuidade de Cícero permanecer à frente da prefeitura. Nada de novo no front.
Caso Cícero Lucena seja reeleito, como todas as pesquisas indicam, se credencia para realizar seu sonho político: disputar o governo do estado na próxima eleição. O processo sucessório de 2026 já começou.